domingo, 17 de fevereiro de 2013

Narração - estrutura e gêneros


Narração -  estrutura e gêneros

Narrar é contar um ou mais fatos que ocorreram com determinadas personagens, em local e tempo definidos.Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história.

Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão o Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, Poemas Narrativos, Histórias Em Quadrinhos, Piadas, Letras Musicais,entre outros.

Os Elementos da Narrativa

Os elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante/ ou secundários);
- Narrador (narrador- personagem, narrador-observador ou narrador onisciente ).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.

Os elementos do Enredo:

- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho

Os Elementos da Narrativa

FOCO NARRATIVO

O narrador é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa do singular.
Temos assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se em foco narrativo).

• Narrador-personagem: 1ª pessoa
• Narrador-observador: 3ª pessoa
• Narrador-onisciente: 3ª e 1ª pessoas.

Cada uma das histórias que lemos, ouvimos ou escrevemos, é contada por um narrador. Nos exercícios de leitura, assim como nas experiências de escrita, é fundamental a preocupação com o narrador. A grosso modo, podemos distinguir três tipos de narrador, isto é, três tipos de foco narrativo:

- narrador-personagem;
- narrador-observador;
- narrador-onisciente.

O narrador-personagem conta na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem. Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer ao mesmo tempo essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador.

Exemplo:

Andava pela rua quando de repente tropecei  num pacote embrulhado em jornais. Agarrei-o vagarosamente, abri-o e vi, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.
O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.

Exemplo:

João andava pela rua quando de repente tropeçou num pacote embrulhado em jornais. Agarrou-o vagarosamente, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.
O narrador-onisciente  (oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de tudo", "o que sabe de tudo") conta a história em 3ª pessoa, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos.
Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas conseqüências. Perceba como fica claro esse procedimento neste trecho de O Cortiço de Aluísio de Azevedo ,em que o narrador apresenta características mais subjetivas da personagem narrada, assim como consegue estar em diferentes pontos do cenário ao mesmo tempo:

Exemplo:

A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.

OS PERSONAGENS

Os personagens são aqueles que participam da narrativa, podem ser reais ou imaginários, ou a personificação de elementos da natureza, idéias, etc.Dependendo de sua importância na trama os personagens podem ser principais ou secundários.
Há personagem que apresenta personalidade e/ou comportamento de forma evidente, comuns em novelas e filmes, tornando-se personagem caricatural.
EXEMPLO :

Macunaíma

“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.”
Um parêntese: este texto fala sobre a personagem, mas também poderia falar sobre o personagem. Personagem é um substantivo de dois gêneros. Isso quer dizer que podemos usá-lo indiferentemente no masculino ou no feminino. No caso da ficção, de que vamos tratar, há uma leve tendência entre os estudiosos a usar o substantivo no feminino. Fecha-se o parêntese.
Seja a personagem, ou o personagem, o fato é que falamos de uma entidade literária que vive a ação
Vejamos algumas definições de personagem dadas pelo "Dicionário Houaiss da Língua Portugesa":

•  pessoa fictícia posta em ação numa obra dramática,
•  imagem que representa uma pessoa,
•  personagem que figura numa obra narrativa,
•  figura humana imaginada pelos autores de obras de ficção,
•  o homem definido pelo seu papel social ou comportamento.

Por exemplo, Macunaíma (que dá título ao romance de Mário de Andrade) é uma personagem que vive uma história, e não uma pessoa que vive a vida real.
As personagens definem-se em função do seu relevo ou intervenção na ação:
– personagens principais ou protagonistas - as que assumem o papel mais importante;
As Personagens Principais são aquelas que desempenham o papel central, sendo fundamentais para o desenvolvimento da trama. Podem ser classificados em Protagonistas e Antagonistas.De forma simplificada, podemos dizer que o protagonista é aquele que deseja algo, enquanto ao antagonista cabe impedir, dificultar, ou destruir esse objeto de desejo. O protagonista de um texto de ficção pode ter qualidades muito elevadas. Pode ser forte, ou virtuoso, ou inteligente ou corajoso ao extremo. Neste caso, ele é um herói. Mas pode ser que o protagonista não tenha as qualidades do herói muito pelo contrário. Nesse caso, ele é um anti-herói.
Um exemplo de anti-herói é Macunaíma, do romance de Mário de Andrade, que o próprio autor afirma ser um "herói sem nenhum caráter".
O antagonista nem sempre é uma pessoa, podendo ser um objeto, um animal, ou mesmo uma situação financeira, cultural, social (pobreza, instrução, trabalho), um problema físico ou ainda uma peculiaridade psicológica, que dificulta o acesso àquilo que o protagonista deseja
– personagens secundárias - as que têm uma intervenção menor;
– figurantes - as que não têm qualquer interferência na ação.
 As Personagens Secundárias podem ser classificadas em Coadjuvantes e Figurantes.
As Personagens Coadjuvantes são aquelas que assumem um papel de menor importância, mas não deixam de ser importantes para o desenrolar da trama, já que dão suporte à história tecendo pequenas ações em torno das personagens principais.
Já as Personagens Figurantes tem como único objetivo ilustrar um ambiente ou o espaço social do qual são representantes durante o desenrolar de uma ação da trama.
• A identificação de uma personagem corresponde à atribuição de um nome.
• A caracterização das personagens revela-se através de um conjunto de atributos, traços, características físicas e psicológicas – retrato físico e retrato psicológico - moral.
• Quando as características físicas e psicológicas das personagens são apresentadas pelo narrador, pelas outras personagens ou pela própria personagem, fala-se de caracterização direta; quando as características psicológicas ou morais podem ser deduzidas a partir das atitudes, do comportamento, das emoções, da maneira de falar das personagens, fala-se de caracterização indireta.
• Relativamente à construção da personagem, ela poderá ser construída sem profundidade e com um reduzido número de atributos - personagem plana (repete, por vezes com efeitos cômicos, gestos, comportamentos, «tiques» verbais); ou poderá possuir complexidade bastante para revelar uma personalidade vincada - personagem modelada (revela o seu caráter gradualmente e de forma imprevisível).


O TEMPO

A duração das ações apresentadas numa narrativa caracteriza o tempo (horas, dias, anos, assim como a noção de passado, presente e futuro). Distinguem-se três espécies de tempo: o tempo cronológico, o tempo histórico e o tempo psicológico.
O tempo pode ser cronológico também chamado de tempo linear, fatos apresentados na ordem dos acontecimentos.Tempo cronológico é o contado no relógio, horas, dias , anos, numa ordem linear de tempo. Uma sequência em sentido horário.
Exemplo: Hoje, acordei, tomei café e me vesti para ir trabalhar. Como peguei um engarrafamento enorme, terminei chegando atrasada.
O tempo histórico engloba o enquadramento histórico dos acontecimentos, ou seja, revela-se nas indicações cronológicas que inserem a ação numa determinada época histórica.
O tempo pode ser psicológico – ou ordem não-linear, tempo pertencente ao mundo interior do personagem.Tempo psicológico, é "mental" , não segue uma ordem linear, sequêncial.
. Quando lidamos com o tempo psicológico a técnica do flashback é bastante explorada, uma vez que a narrativa volta no tempo por meio das recordações do narrador
Exemplo: Estive relembrando os tempos em que corria descalça na terra batida do quintal da casa grande no sítio da minha vó. Senti por alguns instantes o cheiro de terra molhada quando chovia... A memória nos faz reviver tempos que jamais voltarão.

O FLASHBACK LITERÁRIO

Estudos Literários

Flashback (também chamado de analepsis; plural, analepses) é uma interrupção na sequência temporal de um filme, narrativa ou peça de teatro, que leva a narrativa de volta no tempo a partir do ponto em que a história chegou, a fim de apresentar o relato de eventos passados. Realiza-se da seguinte maneira: a ação do presente é interrompida de forma instantânea e uma cena anterior é mostrada ao espectador ou leitor. A técnica é usada para criar um suspense ou um efeito dramático mais forte na história, ou ainda, para desenvolver um personagem.
A série de televisão Lost é particularmente conhecida pelo uso excessivo de flashbacks em quase todos os episódios. Cada episódio se concentra em um único personagem e seus conflitos na ilha que se relacionam, por meio do flashback, com seus conflitos antes dele chegar à ilha.
Muitos autores têm apresentado o flashback com inovações, como o escritor americano, William Faulkner (1897-1962) que faz o flashback dentro de outro flashback, voltando a dois planos narrativos do passado.
Machado de Assis, no seu romance Memória Póstumas de Brás Cubas, narra uma história de trás para diante. Começa com a morte da personagem contada por ela mesma. Por meio do Flashback, a narrativa vai se refazendo para o passado, com os dados das personagens que vão surgindo. O romance se fecha por onde começou com a morte da personagem. É o chamado romance fechado em círculo:
"Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, de que uma ideia grandiosa e útil, a causa de minha morte, é possível que o leitor não me creia, e, todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso julgue-o por si mesmo."

ESPAÇO

O espaço é o lugar ou lugares onde decorre a ação.

• Distinguem-se três tipos de espaços, que nem sempre se encontram em todas as narrativas: o espaço físico, o espaço psicológico e o espaço social. A multiplicidade dos espaços ocorre apenas nas narrativas de maior extensão e complexidade, como a epopeia e o romance.
• O espaço físico é o conjunto dos componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da ação e à movimentação das personagens. Assim,o espaço físico integra os cenários geográficos (espaço físico exterior) e os cenários interiores, como as dependências de uma casa, a sua decoração,os objetos, etc. (espaço físico interior).
O espaço físico pode constituir apenas o cenário da ação ou ter também uma função importante na revelação do caráter e do comportamento das personagens. Neste caso, convém considerar a variedade dos aspectos do espaço: se abrange ou não uma grande extensão, se identifica geograficamente determinada região, se é um espaço natural ou construído pelo homem, rural ou urbano, no país ou no estrangeiro.
• O espaço psicológico é a vivência do espaço físico pelas personagens ou o lugar do pensamento e da emoção das personagens. Assim, por exemplo, locais evocados pela memória correspondem ao espaço psicológico. Por outro lado, em relação ao mesmo espaço, a personagem pode experimentar diferentes sentimentos, conforme o seu estado de espírito ou condições exteriores, como as condições atmosféricas.
• O espaço social consiste nas relações sociais, econômicas, políticas e culturais entre as personagens. Constitui-se através das personagens figurantes e das personagens-tipo, correspondendo à descrição de um determinado ambiente que ilustra, por exemplo, vícios e deformações de uma sociedade, servindo então para expressar uma intencionalidade crítica.
• A descrição é o modo de representação das três espécies de espaço.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Tipos de gêneros narrativos


Vejamos os conceitos de cada um desses tipos de narração e as diferenças básicas entre eles.

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.
OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O Romance provém da história, das narrativas de viagem, é herdeiro da epopéia. A novela, por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha para a conclusão.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos.

Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O objetivo é o mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das pessoas.

Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas, humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de sabedoria.

Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

Estes acima citados são os mais conhecidos tipos de textos narrativos, mas podemos ainda destacar uma parcela dos textos jornalísticos que são escritos no gênero narrativo, muitos outros tipos que fazem parte da história, mas atualmente não são mais produzidos, como as novelas de cavalaria, epopéias, entre outros. E ainda as muitas narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, a literatura de cordel, etc.
Devido à enorme variedade de textos narrativos, não é possível abordar todos ao mesmo tempo, até mesmo porque cotidianamente novas formas de narrar vão sendo criadas tanto na linguagem escrita quanto na oral, e a partir destas vão surgindo novos tipos de textos narrativos.


http://www.infoescola.com/sociologia/entretenimento/

Narração - estrutura e gêneros


Narração -  estrutura e gêneros

     Narrar é contar um ou mais fatos que ocorreram com determinadas personagens, em local e tempo definidos.Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real.          Sendo assim, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história.
     Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão o Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, Poemas Narrativos, Histórias Em Quadrinhos, Piadas, Letras Musicais,entre outros.
 Os Elementos da Narrativa 
Os elementos que compõem a narrativa são:

- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante/ ou secundários);
- Narrador (narrador- personagem, narrador-observador ou narrador onisciente ).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.

Os elementos do Enredo:

- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho



Comunicação: linguagem, língua e fala


Comunicação: linguagem, língua e fala

     A comunicação é o processo pelo qual nós, seres humanos, interagimos. É o meio de tornar comum determinada mensagem, ideia, conceito, informação, sentimento, etc. Tal processo pode ocorrer de diversos modos: uso de palavras, de sinais ou gestos em geral (como o uso das mãos, ícones, etc.), sons (como o uso de apitos por um guarda de trânsito) ou comunicadores de internet, os messengers).
     Vale dizer que, em uma conversa, alguém (o emissor) fala algo (a mensagem) para outra pessoa (o receptor), utilizando-se de um código comum (linguagem ou língua), por meio de um canal (oral ou visual, os mais comuns, embora a comunicação possa utilizar outros canais, como o olfativo, o gustativo ou táctil, exemplificado na linguagem Braile). A comunicação, ainda quanto ao esquema do linguista, dá-se dentro de um referente ou contexto e em ambientes diversos: informal, jocoso, familiar, educacional, profissional, político, juvenil, etc.
     Claro, a comunicação é um processo muito dinâmico, em que tudo pode se alternar em uma conversa (do informal para o formal e vice-versa): quem é emissor passa a receptor, sendo o contrário igualmente verdadeiro. O canal pode ser múltiplo, como na internet ou na TV, em que o oral e o visual coexistem em constante integração ou o código pode ser alternado entre verbal não verbal.
     Qual a diferença entre linguagem, língua e fala? Embora sejam termos próximos, cada um tem sua especificidade. A linguagem é mais ampla, pois compreende qualquer mecanismo de comunicação: gestual, verbal, sonora; além disso, podemos classificar, em razão do ambiente, determinados tipos linguísticos,como linguagem médica, forense, futebolística, etc.
     Exemplo:
→ pegar na orelha da bola, chutar na gaveta, drible da vaca, chutar de três dedos, o homem da sobra, etc. (futebol);
→ putativo, jurisdicional, litispendência, lide, procurador, juiz competente, etc. (forense);
→ angioplastia, cintilografia, crossa de aorta, hemácia, etc. (médica).
     São apenas exemplos. O importante é entender que o uso dessa linguagem só faz sentido dentro do contexto, sobretudo se pensarmos em palavras e expressões cujo sentido se altera com o contexto, a situação e o ambiente específico. É o caso de “juiz competente”. No caso, trata-se do juiz que se encontra em uma instância jurídica capaz de julgar uma disputa judicial, ou seja, um juiz de uma instância inferior não pode julgar um caso envolvendo um senador, ele não tem a devida competência para julgá-lo, ainda que conheça profundamente as leis.
     Língua, por sua vez, é o código de uma comunidade. É patrimônio cultural comum, disponibilizado a todos os falantes para que se comuniquem. É apreendida, não inata, ainda que possa existir certo padrão linguístico latente na mente humana. De qualquer modo, trata-se de uma convenção, de um acordo social pelo qual se estabelecem os nomes dos seres, objetos, coisas,conceitos, a estrutura normativa da expressão oral ou escrita, etc.
     Existem milhares de códigos, ou seja, de línguas no mundo, das quais pouco mais de cem são utilizadas por grandes grupos ou países inteiros, como é o caso das línguas portuguesa, inglesa, francesa, espanhola, alemã, russa, chinesa, etc.
      E a fala é o uso particular da língua, é a expressão do falante, do usuário da língua.
     Conforme vimos, para que haja comunicação há que haver antes uma linguagem (verbal ou não verbal), um código.A língua é um dos meios mais eficazes de comunicação, sobretudo porque é um sistema de representação. Ou seja, não precisamos mostrar o objeto sobre o qual se quer falar para que o receptor entenda. Assim, não preciso a toda hora mostrar um livro quando quero falar sobre ele. Se falo a palavra livro, imediatamente o receptor entende e “visualiza” o que quero dizer.
     Desse modo, a palavra livro representa o objeto em si, está no lugar dele. O mesmo se aplica para seres, conceitos. Cada língua tem sua palavra para representar tal objeto, porém a ideia em si é a mesma:

→ livro (português)
→ book (inglês)
→ livre (francês)
→ libro (espanhol)
→ книга (russo)
باتك → (árabe)

Resumindo: o emissor associa os seus conteúdos mentais a um dado objeto físico que produz para o efeito (codifica a mensagem); o receptor apreende com os seus sentidos esse objeto físico e associa-lhe um certo conteúdo mental (descodifica a mensagem).

Portanto, para haver comunicação é necessário recorrer a um sistema de sinais. Esses sinais têm todos em comum o fato de possuírem uma face material, passível de ser apreendida pelos sentidos (o significante) e uma face não-material, estritamente mental, inapreensível pelos sentidos (o significado). A esses sinais constituídos por um significante e um significado chamamos signos, e podemos representá-los graficamente desta maneira

SIGNO = Significante
                         Significado




Fonte : http://www.oocities.org/fernandoflores.geo/comunica.htm
Material do professores -Celso Leopoldo Pagnan