quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Comunicação: linguagem, língua e fala


Comunicação: linguagem, língua e fala

     A comunicação é o processo pelo qual nós, seres humanos, interagimos. É o meio de tornar comum determinada mensagem, ideia, conceito, informação, sentimento, etc. Tal processo pode ocorrer de diversos modos: uso de palavras, de sinais ou gestos em geral (como o uso das mãos, ícones, etc.), sons (como o uso de apitos por um guarda de trânsito) ou comunicadores de internet, os messengers).
     Vale dizer que, em uma conversa, alguém (o emissor) fala algo (a mensagem) para outra pessoa (o receptor), utilizando-se de um código comum (linguagem ou língua), por meio de um canal (oral ou visual, os mais comuns, embora a comunicação possa utilizar outros canais, como o olfativo, o gustativo ou táctil, exemplificado na linguagem Braile). A comunicação, ainda quanto ao esquema do linguista, dá-se dentro de um referente ou contexto e em ambientes diversos: informal, jocoso, familiar, educacional, profissional, político, juvenil, etc.
     Claro, a comunicação é um processo muito dinâmico, em que tudo pode se alternar em uma conversa (do informal para o formal e vice-versa): quem é emissor passa a receptor, sendo o contrário igualmente verdadeiro. O canal pode ser múltiplo, como na internet ou na TV, em que o oral e o visual coexistem em constante integração ou o código pode ser alternado entre verbal não verbal.
     Qual a diferença entre linguagem, língua e fala? Embora sejam termos próximos, cada um tem sua especificidade. A linguagem é mais ampla, pois compreende qualquer mecanismo de comunicação: gestual, verbal, sonora; além disso, podemos classificar, em razão do ambiente, determinados tipos linguísticos,como linguagem médica, forense, futebolística, etc.
     Exemplo:
→ pegar na orelha da bola, chutar na gaveta, drible da vaca, chutar de três dedos, o homem da sobra, etc. (futebol);
→ putativo, jurisdicional, litispendência, lide, procurador, juiz competente, etc. (forense);
→ angioplastia, cintilografia, crossa de aorta, hemácia, etc. (médica).
     São apenas exemplos. O importante é entender que o uso dessa linguagem só faz sentido dentro do contexto, sobretudo se pensarmos em palavras e expressões cujo sentido se altera com o contexto, a situação e o ambiente específico. É o caso de “juiz competente”. No caso, trata-se do juiz que se encontra em uma instância jurídica capaz de julgar uma disputa judicial, ou seja, um juiz de uma instância inferior não pode julgar um caso envolvendo um senador, ele não tem a devida competência para julgá-lo, ainda que conheça profundamente as leis.
     Língua, por sua vez, é o código de uma comunidade. É patrimônio cultural comum, disponibilizado a todos os falantes para que se comuniquem. É apreendida, não inata, ainda que possa existir certo padrão linguístico latente na mente humana. De qualquer modo, trata-se de uma convenção, de um acordo social pelo qual se estabelecem os nomes dos seres, objetos, coisas,conceitos, a estrutura normativa da expressão oral ou escrita, etc.
     Existem milhares de códigos, ou seja, de línguas no mundo, das quais pouco mais de cem são utilizadas por grandes grupos ou países inteiros, como é o caso das línguas portuguesa, inglesa, francesa, espanhola, alemã, russa, chinesa, etc.
      E a fala é o uso particular da língua, é a expressão do falante, do usuário da língua.
     Conforme vimos, para que haja comunicação há que haver antes uma linguagem (verbal ou não verbal), um código.A língua é um dos meios mais eficazes de comunicação, sobretudo porque é um sistema de representação. Ou seja, não precisamos mostrar o objeto sobre o qual se quer falar para que o receptor entenda. Assim, não preciso a toda hora mostrar um livro quando quero falar sobre ele. Se falo a palavra livro, imediatamente o receptor entende e “visualiza” o que quero dizer.
     Desse modo, a palavra livro representa o objeto em si, está no lugar dele. O mesmo se aplica para seres, conceitos. Cada língua tem sua palavra para representar tal objeto, porém a ideia em si é a mesma:

→ livro (português)
→ book (inglês)
→ livre (francês)
→ libro (espanhol)
→ книга (russo)
باتك → (árabe)

Resumindo: o emissor associa os seus conteúdos mentais a um dado objeto físico que produz para o efeito (codifica a mensagem); o receptor apreende com os seus sentidos esse objeto físico e associa-lhe um certo conteúdo mental (descodifica a mensagem).

Portanto, para haver comunicação é necessário recorrer a um sistema de sinais. Esses sinais têm todos em comum o fato de possuírem uma face material, passível de ser apreendida pelos sentidos (o significante) e uma face não-material, estritamente mental, inapreensível pelos sentidos (o significado). A esses sinais constituídos por um significante e um significado chamamos signos, e podemos representá-los graficamente desta maneira

SIGNO = Significante
                         Significado




Fonte : http://www.oocities.org/fernandoflores.geo/comunica.htm
Material do professores -Celso Leopoldo Pagnan

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